sábado, 27 de abril de 2013

Maracanã resiste a greves, novas datas e manifestações para bola rolar

Estádio foi fechado em 2010 e obras consumiram 6.500 operários.
Valores e concessão à iniciativa privada são as principais polêmicas.

Projeto do Maracanã prevê acessos mais amplos para os torcedores (Foto: Divulgação)
A reabertura do Maracanã para o primeiro jogo-teste depois das obras de adequação para a Copa do Mundo de 2014, conforme o padrão FIFA, acontecerá, finalmente, neste sábado (27), após a data de conclusão ser adiada três vezes, o Ministério Público tentar impedir a concessão à iniciativa privada e grupos populares se manifestarem contrários às modificações no entorno do novo empreendimento. Quase três anos após o fechamento, a entrega cai justamente no dia reservado para um dos três testes que deveriam ser feitos no estádio. O jogo foi mantido, apesar dos retoques, e Amigos de Ronaldo e Amigos de Bebeto foram escalados para o confronto que terá como público as famílias dos 6.500 operários que trabalharam até tarde para concluir as mudanças — exceto nos dias que anunciaram greve para exigir melhores condições de trabalho.
Licitada no final de 2010, a reforma se aproxima do fim depois de ter suspeita de sobrepreço conforme apontou o Tribunal de Contas da União (TCU) no ano retrasado. Orçada inicialmente em R$ 705 milhões, o valor saltou para R$956,8 milhões. Polêmicas à parte sobre as obras em si, a confusão prossegiu sobre a escolha da empresa concessionária que administrará o empreendimento e deve lucrar cerca de R$1,4 bilhão em 35 anos de exploração.

A começar pelo valor que poderia lesar os cofres públicos, segundo o Ministério Público afirmou no início do mês e a juíza Roseli Nalin confirmou. "O prosseguimento do certame licitatório supostamente viciado, envolvendo o Maracanã e o Maracanãzinho poderá gerar danos de difícil ou mesmo impossível reparação a toda a coletividade", analisou em liminar que foi derrubada.
Antes disso, o edital foi adiado, a licitação também e as manifestações populares contrárias à privatização do estádio tiveram seu ápice no dia 11 de abril, quando estava marcada a entrega dos envelopes dos dois consórcios interessados em administrar o Maracanã.
A cargo do vencedor, ficam as chamadas obras incidentais, que devem ser concluídas em 2 anos e meio. Dentre elas, as polêmicas demolições do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare e a transformação do antigo Museu do Índio, em Museu do Futebol — a mais caótica das transformações, que teve resistência dos nativos. Eles se recusaram a sair enquanto o Governo não oferecesse um abrigo e foram retirados à força.
Nesta sexta-feira (26), o local foi reocupado. Sinal de que prosseguem as polêmicas no entorno do estádio.
Sob nova direção
O vencedor ainda não foi definido, embora o grupo liderado por Eike Batista tenha saído na frente. Disputam: o Consórcio Maracanã S.A, composto pela Odebrecht Participações e Investimentos S/A, IMX Venues e Arenas S.A. e AEG Administração de Estádios do Brasil Ltda; e o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio, composto pela Construtora OAS S/A, Estádio Amsterdã N.V. e Lagardère Unlimited.


Entre setembro de 2010 e fevereiro de 2012, cobertura e cadeiras foram retirados. Um ano depois, começou a reinstalação (Foto: Marcos Estrella/TV Globo)
Entre setembro de 2010 e fevereiro de 2012, cobertura e cadeiras foram retirados. Um ano depois, começou a reinstalação (Foto: Marcos Estrella/TV Globo)

Em praticamente um mês, colocação de cadeiras e cobertura foi concluída (Foto: Marcos Estrella/TV Globo)
Em praticamente um mês, a colocação de cadeiras e cobertura foi concluída (Foto: Marcos Estrella/TV Globo)
Fonte: G1

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