O goleiro que já havia brilhado em pênaltis contra Tijuana e Newell's aumentou sua lista de defesas decisivas, parando a cobrança de Miranda - mas se adiantando na pequena área. Gimenez errou a última cobrança, e os brasileiros venceram finalmente por 4 a 3, sem necessidade de Ronaldinho Gaúcho ir para o último disparo.
O título coroa a carreira de Cuca, que celebrou deixar para trás a fama de azarado. Ronaldinho Gaúcho também acrescenta mais uma taça continental a uma galeria que já tinha uma Liga dos Campeões. Afinado com a cúpula da CBF, o presidente Alexandre Kalil é outro que festeja seu momento mais importante dentro do futebol.
Desta forma, a geração de Ronaldinho, Bernard, Tardelli, Jô e Victor se junta de vez à galeria de ídolos históricos do Atlético-MG, como Dadá Maravilha, Reinaldo, Éder e Toninho Cerezo. Com o título mais importante da história do clube, essa turma agora sonha em desafiar o poderoso Bayern de Munique no Mundial da Fifa no fim do ano.
De quebra, o título histórico serve para tirar das costas de Cuca uma injusta pecha de azarado. O técnico gaúcho termina a Libertadores com boa parte dos méritos pela formação de um time ofensivo e equilibrado, que conquistou a simpatia de muitos brasileiros – e a torcida contra dos rivais cruzeirenses.
Este é o primeiro título do futebol brasileiro como o novo Mineirão como cenário. Os atleticanos brigaram para jogar a final no Independência, estádio talismã, palco de uma campanha de êxitos inesquecíveis contra Tijuana e Newell’s. Mas, no final das contas, o tamanho da façanha do time de Cuca merecia o gigantismo e o carisma de uma arena como a da Pampulha.
No primeiro tempo, precisando de vitória por dois gols, o Atlético-MG conseguiu manter a bola na maior parte do tempo no campo de ataque. Mas, mesmo com Ronaldinho participativo e um Tardelli recuado, elétrico atrás de jogo, sofreu para vencer a marcação paraguaia. Com este cenário, as duas melhores chances de gol foram dos paraguaios, em contra-ataque.
Aos 15min, Bareiro recebeu sem marcação na esquerda, atrás da zaga, mas teve o chute rasteiro parado por boa defesa de Victor. Mais tarde, aos 33min, o lateral Alejandro Silva avançou, cortou um marcador e bateu para nova intervenção do goleiro atleticano.
Apesar dos sustos, o Atlético-MG conseguiu dominar território. O volante Pierre se posicionou na lateral direita e liberou Michel para virar uma peça ofensiva. Tardelli se movimentava por todos os setores de ataque. No entanto, o time de Cuca não conseguiu produzir nenhuma grande oportunidade antes do intervalo.
Mas toda a frustração da etapa inicial se transformou em euforia antes do primeiro minuto do segundo tempo. Após uma bola cruzada de Rosinei, Jô contou com a furada de Pittoni e quase deitou para abrir o placar, em seu sétimo gol na Libertadores.
Em vantagem, o Atlético-MG embalou no ataque e teve boas chances através dos pés de Jô, Tardelli e Junior César. Aos 33min, Martín Silva conseguiu ótima defesa em chute colocado de Ronaldinho Gaúcho. No rebote, Tardelli, impedido, jogou por cima.
Depois de muita espera, o Mineirão sentiu um abalo sísmico aos 43min, quando Leonardo Silva subiu na segunda trave e escorou de cabeça no canto oposto, fazendo 2 a 0 e empatando o placar agregado na final.
O resultado compensou a derrota de Assunção e levou a decisão para a prorrogação. Com um homem a mais, graças à expulsão de Manzur, o Atlético-MG pressionou, teve chances, mas acabou parando nas mãos do goleiro Martín Silva. Mas, nas penalidades, quem iria brilhar era o goleiro da casa.
No fim, os paraguaios voltam para casa sem o sonho do tetracampeonato. Para quem fica, a conquista do Atlético-MG nesta quarta-feira leva o futebol brasileiro a 17 taças na Libertadores, ainda cinco a menos em relação aos argentinos. A noite em Belo Horizonte vai ser pequena para o tamanho da alegria atleticana.
Fonte: esporte.uol.com.br
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